KALINDI SUPLICA A MISERICÓRDIA DO SENHOR BALARAMA




Certa vez o Senhor Balarama estava na companhia das gopis e se deleitava num jardim à margem do rio Yamuna. Este jardim era banhado pelos raios de lua cheia e acariciado por brisas com perfume de lótus que florescem à noite. Enviado pelo semideus Varuna, o divino licor varuni escorria da cavidade de uma árvore e tornava toda a floresta ainda mais fragrante com seu doce aroma.


O vento levou a Balarama o perfume daquele dilúvio de licor doce, e quando o cheirou, ele foi até a árvore. Lá ele e suas companheiras beberam o licor. Enquanto os Gandharvas cantavam suas glórias, o Senhor Balarama deleitava-se dentro do brilhante círculo de moças. Ele parecia o elefante de Indra, o majestoso Airavata, desfrutando na companhia de elefantas. Os Gandharvas lançavam chuvas de flores, e os grandes sábios louvaram os feitos heróicos do Senhor Balarama.


Enquanto cantavam suas façanhas, o Senhor Halayudha, acompanhado de suas namoradas, divagava como que inebriado entre as árvores da floresta, Seus olhos giravam devido aos efeitos do licor. Inebriado de alegria, o Senhor Balarama usava guirlandas de flores, incluindo a famosa Vaijayanti, e um único brinco. Gotas de suor semelhantes a flocos de neve enfeitavam-lhe o sorridente rosto de lótus.


O Senhor Balarama então convocou a água do Rio Yamuna a fim de poder brincar nela, mas o Yamuna ignorou sua ordem pensando que ele estivesse bêbado. Isto aborreceu Balarama, que por isso , se pôs a arrastar o rio Yamuna com a ponta de seu arado. O Senhor Balarama disse: “Ò pecadora, me desreipeitas, não vensnquando te chamo, senão que só te moves conforme teu próprio capricho. Portanto, com a ponta do meu arado eu te trarei aqui em cem córregos.”



Assim repreendida pelo Senhor Balarama, a assustada deusa Yamuna veio como uma expansão de srimad Kalindi, uma das rainha do Senhor em Dwaraka, e caiu aos pés de Sri Balarama, o amado descendente de Yadu. Tremendo, ela lhe disse: “Rama, Rama, ó pessoa de braços poderosos” Nada sei de tua bravura. Com uma única porção tua sustentas a Terra, ó senhor do Universo. Meu senhor, por favor, liberta-se. Ó alma do Universo, não compreendi a tua posição como Divindade suprema, ma agora me rendi a ti, e és sempre bondoso para com todas as pessoas.”



Logo em seguida o Senhor Balarama libertou o Yamuna e, tal qual o rei dos elefantes com seu séquito de elefantes, ele entrou na água do cio com suas companheiras. O Senhor brincou na água a seu pleno contento e, quando, saiu, a deusa Kalindi presenteou-o com roupas azuis, ornamentos preciosos e um brilhante colar; O Senhor Balarama vestiu-se com as roupas azuis e pôs o colar de ouro. Ungido com perfumes e enfeitado com belos adornos ele parecia tão resplandescente quanto o elefante real de Indra. Ainda hoje, pode-se ver como o Yamuna corre por muitos córregos criados pelo arado do ilimitadamente poderoso Senhor Balarama.


Assim, isto demonstra a proeza dele. Dessa maneira, para o Senhor Balarama todas as noites passaram-se como uma única noite enquanto ele se deleitava em Vraja, com sua mente fascinada com o encanto e beleza primorosos das jovens de Vraja.