A DEMÔNIA PUTANA É MORTA


Após a cerimônia do nascimento de Krsna, chegou aos ouvidos do perverso rei Kamsa que em Vrindavana havia nascido um belo menino e que seu pai fez uma grande festa. Então, depois de Kamsa ouvir seus ministros demoníacos, ele deu instruções para Putana - uma bruxa muito poderosa e sem escrúpulos, que tinha habilidade em matar crianças com métodos sinistros - para que ela exterminasse todas as criancinhas que encontrasse em Vrindavana e nas redondezas: cidades, aldeias e campos de pastagem. Putana além de perversa, era também muito poderosa e era denominada como uma kechari - bruxas tão poderosas que podiam voar pelos céus, podendo se transferir de um lugar para outro montadas no galho de uma árvore desenraizada, e por este motivo é descrita no Bhagavatam como Kecharis.

Putana entrou em Gokula, distrito onde residia Nanda Maharaja, sem pedir licença. Transformando-se em uma bela mulher, ela entrou na casa de Mãe Yasoda. Estava muito formosa, com quadris acentuados, seios avolumados, brincos e flores nos cabelos e especialmente formosa por causa de sua cintura fina. Com o rosto sorridente, relanceava olhares muito atrativos para todos, e todas as pessoas ficavam fascinadas. As inocentes pastoras de vacas achavam que ela era a deusa da fortuna, que estava aparecendo em Vrindavana com uma flor de lótus em uma de suas mãos. Parecia-lhes que ela tinha vindo especialmente para ver Krsna. Por causa de sua rara beleza, ninguém reprimiu seus movimentos e assim ela entrou livremente na casa.

Putana, a bruxa assassina de muitas criancinhas, encontrou o bebê Krsna deitado e pode compreender logo que o bebê ocultava suas opulências incomparáveis. Putana veio como sua ama e pegou Krsna no colo para amamentá-lo. Quando putana chegou para pegar o bebê, tanto Yasoda quanto Horini estavam presentes, mas elas não a impediram de fazê-lo porque Putana mostrava afeto maternal por Krsna. Elas não compreendiam que Putana era uma espada dentro de uma bainha decorada.

Putana havia bezuntado os seios com um veneno fortíssimo, decidida a matar o bebê, segundo ordens de Kamsa, so que ela ao segurar o bebê Krsna no colo ela não sabia que estava segurando a própria morte. Logo que pôs o bebê no colo, Putana colocou seu mamilo envenenado na sua boca esperando que o bebê morresse logo que sugasse seu seio, mas para seu espanto o bebê Krsna fechou os olhos, pegou com força o mamilo e sugou o leite-veneno juntamente com o ar vital da demônia Putana, matando-a imediatamente.

Quando Krsna extraiu a respiração de Putana, ela caiu no chão, estendeu seus braços e pernas e pôs-se a gritar: “Oh criança, deixe-me, deixe-me!”. Ela gritava e suava muito e enquanto morria soltando gritos estridentes, uma vibração tremenda soou tanto na terra como no céu, em todas as direções, e as pessoas pensavam que estavam caindo meteoritos. Assim, o pesadelo da bruxa Putana acabou e então ela assumiu seu aspecto verdadeiro de grande demônia.

Krsna foi obrigado a matar a demônia Putana, sendo esta o primeiro demônio a ser exterminado pela encarnação da Suprema Personalidade de Deus que veio à Terra para matar os demônios e livrar seus devotos, conforme está descrito no Bhagavad –Gita: “paritranaya sadhunam vinasaya ca duksta". Sendo Putana uma mulher, Krsna, para não quebrar as regras védicas – segundo o sastra Védico não se pode matar uma mulher, um brahmana, uma criança ou uma vaca – ele, mesmo sendo um bebê, foi compelido a fechar os olhos.