O SENHOR KALKI
Depois disso tudo, a essa altura o Senhor Supremo descenderá como o poderoso Kalki, Punidor Supremo. O Senhor Kalki, o Senhor do Universo, aparecerá montado em seu veloz cavalo Devadata e, de espada em punho, viajará pela Terra exibindo suas 8 opulências místicas e as 8 qualidades especiais da Divindade. Ele matará aos milhões aqueles ladrões que ousaram vestir-se de reis.
Depois que todos os impostores forem exterminados, os que permaneceram sentirão a brisa da mais sagrada fragrância de sândalo e outras decorações do Senhor Visnu, e suas mentes ficarão excepcionalmente puras e a Suprema Personalidade de Deus aparecerá em seus corações sob a sua forma de bondade transcendental e os cidadãos valorosos irão abundantemente repovoar a terra. Quando o Senhor Supremo aparecer na terra como Kalki, o mantenedor da religião, Satya-yuga começará, e a sociedade humana terá progênies no modo da bondade.
(A Era de Satya – Satya-Yuga - começará exatamente quando a lua, o sol e Brhaspati estiverem alinhados com a constelação de Karkata, e os três entrarem simultaneamente na mansão lunar Pusya. Este acontecimento está previsto para acontecer daqui a aproximadamente 422.900 anos.)
MANTRA DO SENHOR KALKI:
"kalkih kaleh kala-malat prapatu
dharmavanayoru-krtavatarah"
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KALI-YUGA - A ERA DE KALI
Quando o Senhor retornou ao céu espiritual, Kali entrou neste planeta, e então os homens assaram a sentir prazerem atividades pecaminosas.
Enquanto o esposo da Deusa da Fortuna tocou a Terra com seus pés, Kali não teve poder para subjugar esse planeta.
Na Era de Kali – Kali Yuga – todas as qualidades sofrerão um declínio gradual: a religião, a limpeza, a tolerância, a misericórdia, a duração da vida, a força física e a memória diminuirão em virtude da poderosa influência da Era de Kali. Haverá muitos governantes, todos eles egoístas, intolerantes, gananciosos, com falsas crenças, dissimulados e cruéis.
Em Kali Yuga só a riqueza será considerada como sinal de bom nascimento, comportamento adequado e boas qualidades. A Lei e a Justiça serão aplicadas apenas com base no poder do indivíduo. Homens e mulheres viverão juntos por mera atração. O sucesso financeiro dos homens de negócio dependerão de fraudes. A feminilidade e a masculinidade do ser humano serão julgados segundo a perícia sexual da pessoa. A posição espiritual de alguém será determinada apenas em função de símbolos externos e em base nesse princípio as pessoas mudarão e uma ordem espiritual para outra. A dignidade do homem será seriamente questionada se ele não tiver um bom salário. Será considerado um bom erudito aquele que for mais esperto em malabarismo verbal. A pessoa será considerada profana se não tiver dinheiro, e a hipocrisia será aceita como virtude. À medida em que a Terra se apinhar de população corrupta, quem se mostrar mais forte e rico obterá o poder político. Atormentados pela fome e impostos excessivos os homens recorrerão a folhas, raízes e carne para se alimentar. Atingidos pela seca, ficarão completamente arruinados.
Na era de Kali, mulheres, velhos e crianças serão grosseiramente negligenciados e deixados ao total abandono. A relação ilícita com mulheres deixará muitas famílias desamparadas. Circunstancialmente as mulheres tentarão tornar-se independentes da proteção dos homens e o casamento será realizado por mero acordo formal. Na maioria dos casos as crianças não receberão atendimento apropriado. Os princípios morais e religiosos serão os mais decaídos. Estes são alguns dos sintomas de Kali Yuga. Os pretensos administradores estarão confundidos pela influência da Era de Kali e, desse modo, porão em questão todos os compromissos do Estado. Virá a desordem; a população em geral não seguirá as regras e estarão propensos a executar atividades criminosas.
Os cidadãos sofrerão muito com o frio, vento, tempestades, calor excessivo e neve. Serão atormentados ainda por desavenças, fome, sede, doenças e severa ansiedade.
No final da Era de Kali, quando não houver temas a respeito de Deus, mesmo nas residências dos Supostos Santos e cavalheiros respeitáveis, e quando o poder governamental se transferir para as mãos dos ministros que, tendo sido eleitos por pessoas despreparadas ou inescrupulosas.
(Nós chegamos aos 51º Centenário da Era de Kali em 1999, conforme citado nas predições astrológicas dos Vedas. Apesar dos detalhes, cada e qualquer ano é um passo gradual ao caos e à escuridão.)
O SENHOR KRSNA PARTE DESTE MUNDO
A RENÚNCIA DE YUDHISTHIRA MAHARAJA
Ao perceber a influência da era de Kali logo após o desaparecimento do Senhr Krsna, Yudhisthira Maharaja assumiu a postura de um renunciante e partiu rumo ao norte.
KRSNA ERGUE A COLINA DE GOVARDHANA
Ao saber que seu sacrifício fora deixado de lado, Indra - o deus da chuva - ficou frustrado com Nanda Maharaja e os outros vaqueiros que estavam aceitando Krsna como seu Senhor. O irado Indra enviou as nuvens da destruição universal, chamadas Samvartaka. Imaginando-se o controlador supremo, ele disse: "Vede só como esses vaqueiros moradores da floresta tão inebriados com suas prosperidade! Eles se renderam a um ser humano comum, Krsna, e assim ofenderam os deuses. Esses vaqueiros agiram com hostilidade para comigo. A prosperidade deixou essa gente louca de orgulho e sua arrogância tem o apoio de Krsna. Ide agora, ó nuvens da destruição, e removei o orgulho deles e levai seus animais e lavouras à destruição. Eu vos guiarei até Vraja, montado em meu elefante Airavata e levando comigo os velozes e poderosos deuses dos ventos para dizimar a aldeia de vaqueiros de Nanda Maharaja."
Sob a ordem de Indra, as nuvens da destruição universal, libertadas prematuramente de seus grilhões, foram para os campos de pastagem de Nanda Maharaja. Lá começaram a atormentar os habitantes de Vraja lançando sobre eles poderosas torrentes de chuva. Impelidas pelos terríveis deuses dos ventos, as nuvens resplandesciam com relâmpagos e ribombavam com trovões enquanto atiravam pedras de granizo.
À medida que as nuvens soltavam torrentes de chuva tão maciça como colunas, a terra foi submersa na inundação, e o terreno alto não mais se distinguia do de baixo. As vacas e outros animais, trmendo devido à chuva e vento escessivos, e os vaqueiros e suas esposas, afligidos pelo frio, aproximaram-se todos do Senhor Krsna em busca de abrigo. Tremendo devido à aflição provocada pelo severo aguaceiro e tentando cobrir suas cabeças e bezerros com os próprios corpos, as vacas aproximaram-se dos pés de lótus do Senhor Krsna.Os vaqueiros e vaqueiras dirigiram-se ao Senhor: "Oh Krsna, por favor, salva-nos da ira de Indra."
Ao ver os habitantes de Gokula praticamente insconscientes devido ao ataque da chuva de granizo e das rajadas de vento, o Senhor Hari compreendeu que isso era obra do irado Indra, devido terem impedido o sacrifício a ele destinado, Indra provocou esta ferocíssima chuva fora de época, acompanhada de terríveis ventos e granizo,, Krsna pensou: "Devo portanto, proteger a comunidade dos vaqueiros por meio de Minha potência trancendental, porque sou seu abrigo, sou seu senhor, e eles de fato são minha própria família, afinal, fiz um voto de proteger Meus devotos."
Tendo dito isso, o Senhor Krsna, que é o próprio Visnu, apanhou com uma só mão a colina de Govardhana e ergueu-a com tanta facilidade como uma criança levanta um cogumelo. Krsna então dirigiu-se à comunidade dos vaqueiros: "Ó mãe, pai, residentes de Vraja, se quiserdes podeis vir agora para debaixo desta colina com vossas vacas. Não deveis temer que esta colina caia de minha mão.´E não tenhais medo do vento e da chuva, pois já providenciei vossa salvação destas aflições.
Com suas mentes assim acalmadas pelo Senhor Krsna, todos eles entraram debaixo da colina, onde encontraram amplo espaço para si e para todas as suas vacas, carroças, servos e sacerdotes, e também para todos os outros membros da comunidade. Esquecendo a fome e a sede e deixando de lado toda a consideração acerca de prazer pessoal, o Senhor Krsna ficou ali de pé sustentando a colina durante sete dias enquanto o povo de Vraja o contemplava.
Ao observar esta exibição de poder do Senhor Krsna, Indra ficou espantadíssimo. Deposto de sua plataforma de falso orgulho, e frustradas suas intenções, ele ordenou às suas nuvens que desistissem.
Vendo que o vento e a chuva terríveis agora tinham cessado, que o céu desanuviara e que o Sol aparecera, o Senhor Krsna dirigiu as seguintes palavras à comunidade de vaqueiros: "Meus queridos vaqueiros, por favor, saí com vossas esposas, filhos e bens. Abandonai vosso temor. O vento e a chuva cessaram, e a enchente dos rios baixou."
Após juntatem suas respectivas vacas e carregar seus pertences nas carroças, os vaqueiros saíram. As mulheres, crianças e velhos seguiram-nos aos poucos. Enquanto todas as criaturas vivas olhavam, Krsna colocou a colina em seu lugar de origem, tal qual estivera antes.
A DANÇA DA RASA
Nas margens do rio Yamuna, o Senhor Govinda então iniciou o passatempo da dança da rasa em companhia daquelas jóias dentre as mulheres, as fiéis gopis, que alegremente se deram os braços. A festiva dança da rasa começou, com as gopis dispostas em círculo. O Senhor Krsna expandiu-se em numerosas formas e entrou no meio de cada par de gopis, e como o mestre do poder místico colocou os braços ao redor dos pescoços delas, fazendo com que cada moça pensasse que ele estava apenas ao seu lado.
Os semideuses e suas esposas, dominados pela avidez de testemunhar a dança da rasa, logo encheram o céu com suas centenas de aeroplanos celestiais.
Enquanto choviam flores, tímbales ressoavam no céu, e os principais Gandharvas e suas esposas cantavam as imaculdas glórias do Senhor Krsna.
Os braceletes e os guizos de tornozelo e da cintura das gopis provocavam um som tumultuoso enquanto elas se divertiam com seu amado Krsna no círculo da dança da rasa.
No meio das gopis, o Senhor Krsna parecia muito brilhante, tal qual uma primorosa safira entre ornamentos de ouro. Enquanto as gopis cantavam em louvor a Krsna, seus pés dançavam, suas mãos gesticulavam e suas sobrancelas se mexiam com sorrisos brincalhões. Com tranças e cintos bem apertados, as cinturas desdobrando-se, os rostos transpirando, as vestes que lhes cobriam movendo-se de um lado para o outro e os brincos balançando em suas bochechas, as jovens consortes do Senhor Krsna brilhavam como relâmpagos num aglomerado de nuvens.
Ávidas de desfrutar amor conjugal e com os pescoços coloridos com vários pigmentos, as gopis cantavam em voz alta e dançavam. Elas estavam exultantes devido ao contato com Krsna e cantavam canções que enchiam o Universo inteiro. Por terem conseguido como amante íntimo o Senhor Acyuta, o consorte exclusivo da deusa da fortuna, as gopis desfrutavam grande prazer. Elas cantavam Suas glórias enquanto Ele segurava-lhes o pescoço com Seus braços.
Dessa maneira, as gopis dançavam com o Senhor Supremo na arena da dança da rasa enquanto enxames de abelhas contavam em acompanhamento.
Desse modo, o Senhor Krsna, o original Senhor Narayana, amo da deusa da fortuna, deleitava-se na companhia das jovens de Vraja abraçando-as, acariciando-as e contemplando-as amorosamente enquanto dava largos e divertidos sorrisos. Era como se uma criança brincasse com o próprio reflexo.
Expandindo-se tantas vezes quantas eram as jovens vaqueirinhas com que se associava, Krsna, embora auto-satisfeito, desfrutava e se divertia na companhia delas. As gopis honravam seu herói com olhares sorridentes adoçados com a beleza de suas bochechas e a refulgência de seus cabelos encaracolados e brincos de ouro cintilante. Jubilosas devido ao toque de suas mãos, elas cantavam as glórias de seus auspiciosíssimos passatempos transcendentais.
TULASI-DEVI
O capítulo trinta do "Padma Purana" descreve a aparência de Tulasi-devi. Seus atributos gloriosos são citados em toda a Literatura Védica. Basta olhar para Tulasi que todos os pecados são removidos. Basta tocar nela, o corpo se torna uma alma purificada. Ela absorve todas as doenças e o medo da morte são destruídos.
Ela é a melhor de todas as flores, e sua presença é exigida em toda guirlanda que é usada por Krsna.
Tulasi purifica os três mundos e é adorada por todo o universo. Tulasi é a deusa de todas as plantas e árvores, e ela se manifesta primeiro em Vrindavana.
A palavra 'vana' significa floresta. Vrindavana é o nome que é dado à floresta onde Srimati Vrinda-devi (Tulasi-devi) cresce profundamente. Outro nome de Tuladi-devi é Devi-vrinda (que concede uma residência em Vrindavana).
Srila Narottama dasa Thakura diz:
"Krpa kori koro tara vrindavana vasi, "Dear Tulasi, por favor, agracia sua piedade de mim, para que eu possa permanecer para sempre em Vrindavana".
A floresta Vrindavana é nomeado após Vrinda-devi, que permanece aqui por 60.000 anos. Ela nasceu como a filha do imperador Kedera, um rei muito piedoso.
Vrnda-devi tem uma bela tez cor de ouro fundido. Ela usa um sári azul e está enfeitada com pérolas e flores. Seu pai é Candrabhanu e Sua mãe é devi-Phullara. Seu marido é Mahipala e sua irmã é Manjari. Ela sempre se mantém em Vrindavana, imersa no amor de Radha e Krsna e vive a organizar tudo para os encontros amorosos de Krsna e assistir o néctar nos seus passatempos transcendentais.
Tal como a encarnação da Lila-shakti (passatempo potência) devi-Vrinda é a organizadora de todos os passatempos transcendentais de Sri Sri Radhika-Krsnacandra. Vrinda mantém muitos jardins ao longo de todo o florestas de Vrindavana. Ela está sempre ocupada, juntamente com o seus papagaios, seres da floresta e semi-deusas, a trabalhar para trazer os passatempos de Radha-Govinda.
"De acordo com o Goswamis, devi-Vrinda tem uma única e muito elevada posição nos passatempos de Sri Sri Radha-Krsna.Ela organiza as reuniões secretas e íntimas e é amiga íntima de Srimati Radhika."
Vrinda-devi é responsável por acordar com Radha e Krsna enquanto estão descansando na floresta kunjas (olivais). Ela empresta ao Divino Casal às suas casas em Nandgaon e Yavat e os acorda antes do nascer do sol, antes que os seus superiores hierárquicos possam detectar a sua ausência. Vrinda-devi em nome do amor fornece doações feitas à mão, brincos e flores guirlandas para Sri Krsna e Radha. Vrinda organiza toda a parafernália utilizada nos passatempos de Radha-Krsna. Ela coordena todas as cores do dia, temperatura, posição do sol, instrumentos musicais, flores que vão desabrochar, pássaros que vão cantar, ventos que irão soprar, a água roupas, jóias e uma variedade de comidas e bebidas.
O BANHO NO RIO YAMUNA
AS ORAÇÕES DAS GOPIS
À medida em que os passatempos de Krsna despontavam na sua mente, as copis cantavam suas canções, que aliviavam a agonia da separação. Elas diziam: “Ó amado Senhor, teu nascimento na terra de Vraja tornou-a por demais gloriosa, e por isso Indira, a deusa da fortuna, sempre reside aqui. É apenas por tua causa que nós, tuas servas devotadas, manteremos nossas vidas. Estivemos procurando por ti em toda parte, então, por favor, revela-te a nós. Senhor do amor, em beleza teu olhar excede o verticilo do mais fino e perfeito lótus desabrochado num lago durante o outono.
Ó maior das personalidades, salvaste-nos repetidas vezes de todas as espécies de perigo, Não és de fato, filho da gopi Yasoda, mas sim a testemunha imanente nos corações de todas as almas corporificadas. Porque o Senhor Brahma suplicou para que viesses proteger o Universo, agora apareceste na dinastia Satvata. Ó melhor dos Vrsnis, tua mão de lótus, que segura a mão da deusa da fortuna, concede destemor àqueles que se aproximam de teus pés por medo da existência material. Ó amado, por favor , coloca sobre nossas cabeças essa mão de lótus que satisfaz todos os desejos. Ó tu, que destróis o sofrimento do povo de Vraja, ó herói de todas as mulheres, teu sorriso despedaça o falso orgulho de teus seguidores.
Por favor, caro amigo, aceita-nos como tuas servas e mostra-nos teu belo rosto de lótus. Teus pés de lótus destroem os pecados de todas as almas corporificadas que se rendem a eles. Esses pés seguem as vacas nos pastos e são a morada eterna da deusa da fortuna. Ó pessoa dos olhos de lótus, tua doce voz e palavras encantadoras, que atraem a mente dos inteligentes, estão a nos confundir mais e mais. Nosso querido herói, revive tuas servas com o néctar dos teus lábios. O néctar de tuas palavras e as descrições de tuas atividades são a vida e alma daqueles que sofrem nesse mundo. Teus sorrisos, teus doces olhares amorosos, os passatempos íntimos e conversas confidenciais que desfrutamos contigo, tudo isso é auspicioso para a meditação e toca-nos os corações, mas ao mesmo tempo, ó enganador, estas coisas agitam muito nossas mentes,
Querido Senhor, quando deixas a aldeia dos vaqueiros para apascentar as vacas, nossas mentes se perturbam com a idéia de que teus pés, mais belos que uma lótus, serão espetados pelas pontiagudas cascas de cereais e pela grama e plantas ásperas. No fim do dia tu, repetidas vezes, mostra-nos teu rosto de lótus, coberto de cachos de cabelo azul escuro e todo empoeirado. Dessa maneira, ó herói, despertas desejos luxuriosos em nossas mentes. Teus pés de lótus são adorados pelo Senhor Brahma, satisfazem os desejos de todos os que se prostram diante deles. Eles são o ornamento da Terra, e em tempo de perigo são o objeto adequado de meditação. Ó destruidor da ansiedade, por favor, coloca esses pés de lótus em nossos seios. Ó herói, tem a bondade de distribuir para nós o néctar de teus lábios, que realça o prazer conjugal subjuga o pesar. Este néctar é todo saboreado por tua flauta ressonante e faz as pessoas esquecerem qualquer outro apego.
Quando partes para a floresta durante o dia, uma minúscula fração de segundo torna-se como um milênio para nós, pois não te podemos ver. E até mesmo quando podemos olha avidamente para teu belo rosto, tão encantador com seu adorno de cabelos cacheados, nossas pálpebras, que foram elaboradas pelo todo criador, dificultam esse prazer. Querido Acyuta, sabes muito bem porque viemos até aqui. Quem senão um enganador como tu, abandonaria mulheres jovens que vieram vê-lo no meio da noite, encantadas pelo som alto de sua flauta? Só para ver-te, rejeitamos por completo nossos maridos, filhos, ancestrais, irmãos e outros parentes. Oh, bem-amado! Teus pés de lótus são tão macios que os colocamos gentilmente em nossos seios, temendo que se machuquem. Nossa vida depende inteiramente de Ti. Por isso, nossas mentes enchem-se de preocupação temendo que os seixos machuquem teus tenros pés, enquanto perambulas pelos caminhos da floresta.”
KRSNA PASSEIA DE BARCO COM AS GOPIS
AS ORAÇÕES DAS GOPIS:
À medida em que os passatempos de Krsna despontavam na sua mente, as copis cantavam suas canções, que aliviavam a agonia da separação. Elas diziam: “Ó amado Senhor, teu nascimento na terra de Vraja tornou-a por demais gloriosa, e por isso Indira, a deusa da fortuna, sempre reside aqui. É apenas por tua causa que nós, tuas servas devotadas, manteremos nossas vidas. Estivemos procurando por ti em toda parte, então, por favor, revela-te a nós. Senhor do amor, em beleza teu olhar excede o verticilo do mais fino e perfeito lótus desabrochado num lago durante o outono.
Ó maior das personalidades, salvaste-nos repetidas vezes de todas as espécies de perigo, Não és de fato, filho da gopi Yasoda, mas sim a testemunha imanente nos corações de todas as almas corporificadas. Porque o Senhor Brahma suplicou para que viesses proteger o Universo, agora apareceste na dinastia Satvata. Ó melhor dos Vrsnis, tua mão de lótus, que segura a mão da deusa da fortuna, concede destemor àqueles que se aproximam de teus pés por medo da existência material. Ó amado, por favor , coloca sobre nossas cabeças essa mão de lótus que satisfaz todos os desejos. Ó tu, que destróis o sofrimento do povo de Vraja, ó herói de todas as mulheres, teu sorriso despedaça o falso orgulho de teus seguidores.
Por favor, caro amigo, aceita-nos como tuas servas e mostra-nos teu belo rosto de lótus. Teus pés de lótus destroem os pecados de todas as almas corporificadas que se rendem a eles. Esses pés seguem as vacas nos pastos e são a morada eterna da deusa da fortuna. Ó pessoa dos olhos de lótus, tua doce voz e palavras encantadoras, que atraem a mente dos inteligentes, estão a nos confundir mais e mais. Nosso querido herói, revive tuas servas com o néctar dos teus lábios. O néctar de tuas palavras e as descrições de tuas atividades são a vida e alma daqueles que sofrem nesse mundo. Teus sorrisos, teus doces olhares amorosos, os passatempos íntimos e conversas confidenciais que desfrutamos contigo, tudo isso é auspicioso para a meditação e toca-nos os corações, mas ao mesmo tempo, ó enganador, estas coisas agitam muito nossas mentes,
Querido Senhor, quando deixas a aldeia dos vaqueiros para apascentar as vacas, nossas mentes se perturbam com a idéia de que teus pés, mais belos que uma lótus, serão espetados pelas pontiagudas cascas de cereais e pela grama e plantas ásperas. No fim do dia tu, repetidas vezes, mostra-nos teu rosto de lótus, coberto de cachos de cabelo azul escuro e todo empoeirado. Dessa maneira, ó herói, despertas desejos luxuriosos em nossas mentes. Teus pés de lótus são adorados pelo Senhor Brahma, satisfazem os desejos de todos os que se prostram diante deles. Eles são o ornamento da Terra, e em tempo de perigo são o objeto adequado de meditação. Ó destruidor da ansiedade, por favor, coloca esses pés de lótus em nossos seios. Ó herói, tem a bondade de distribuir para nós o néctar de teus lábios, que realça o prazer conjugal subjuga o pesar. Este néctar é todo saboreado por tua flauta ressonante e faz as pessoas esquecerem qualquer outro apego.
Quando partes para a floresta durante o dia, uma minúscula fração de segundo torna-se como um milênio para nós, pois não te podemos ver. E até mesmo quando podemos olha avidamente para teu belo rosto, tão encantador com seu adorno de cabelos cacheados, nossas pálpebras, que foram elaboradas pelo todo criador, dificultam esse prazer. Querido Acyuta, sabes muito bem porque viemos até aqui. Quem senão um enganador como tu, abandonaria mulheres jovens que vieram vê-lo no meio da noite, encantadas pelo som alto de sua flauta? Só para ver-te, rejeitamos por completo nossos maridos, filhos, ancestrais, irmãos e outros parentes. Oh, bem-amado! Teus pés de lótus são tão macios que os colocamos gentilmente em nossos seios, temendo que se machuquem. Nossa vida depende inteiramente de Ti. Por isso, nossas mentes enchem-se de preocupação temendo que os seixos machuquem teus tenros pés, enquanto perambulas pelos caminhos da floresta.”
KRSNA E RADHARANI
Informações sobre Radha no Rg.parisista (o suplemento ao Rg Veda): "radhaya madhavo devo madhavenaiva radhika/vibhrajante janesu"
"Dentre todas as pessoas, é a companhia de Sri Radha que o Senhor Madhava é especialmente glorioso, assim como Ela é especialmente gloriosa na companhia dEle.
O AMOR TRANSCENDENTAL DE RADHA E KRSNA
O Brhad-gautamiya-tantra também especifica Srimadi Radharani como a principal consorte de Krsna:
"A deusa transcendental Srimati Radharani é o complemento direto do Senhor Sri Krsna.
Ela é a figura central dentre todas as deusas da fortuna. Ela possui toda a atratividade para atrair o todo-atrativa Personalidade de Deus. Ela é a potência interna primordial do Senhor."
KRSNA E BALARAMA RECUPERAM OS SEIS FILHOS MORTOS DE DEVAKI E VASUDEVA
Certa vez, ao regressarem das execuções sacrificatórias em Kuruksetra, quando o Senhor Krsna e o Senhor Balarama vieram oferecer seus respeitos a Vasudeva. Vasudeva aproveitou a oportunidade para apreciar a posição elevada de seus dois filhos. Após longa conversa e ouvir valar da vida espiritual de Krsna numa sipnose, Vasudeva ficou extremamente satisfeito com seus filhos. Exultando-se assim, ele não pode falar, mas permaneceu silencioso. Enquanto isso, Devaki, a mãe do Senhor Krsna, sentou-se ao lado de seu esposo. Anteriormente ela já havia ouvido que tanto Krsna quanto Balarama foram tão bondosos com seu mestre que recuperaram o filho morto do mestre Sandipani Muni das garras do superintendente da morte, Yamaraja. Desde que ouvira este incidente, ela tinha pensado em seus próprios filhos que Kamsa havia matado, e, ao recordar-se deles, enchia-se de pesar.
Com compaixão dos filhos mortos, Devaki apelou a Krsna e Balarama: “Meu querido Balarama, teu próprio nome sugere que dás todo o prazer e toda a força a todos. Tua potência ilimitada está além do alcance de nossas mentes e palavras. E, meu querido Krsna, é o senhor de todos os yogis místicos (...) Tu desces à Terra para reduzir o fardo do mundo... Um querido Krsna, sei que Maha-Visnu , que está deitado no oceano causal da manifestação cósmica e que é a fonte de toda esta criação, é simplesmente uma expansão de Tua porção plenária. A criação, manutenção e aniquilação desta manifestação cósmica são efetuadas unicamente por tua porção plenária. Portando, eu me refugio em ti sem nenhuma reserva. Ouvi dizer que quando quiseste recompensar teu mestre, Sandipani Muni, e ele te pediu que recuperasse seu filho morto, Tu e Balarama imediatamente o trouxestes da custódia de Yamaraja, embora ele estivesse morto havia muito tempo. Por este ato compreendo que Tu és o Senhor Supremo de todos os yogis místicos. Portanto, peço-te que satisfaças meu desejo da mesma maneira; peço-te qe tragas de volta todos os meus filhos que foram mortos por Kamsa. Quando tu os trouxeres, meu coração ficará contente, e para mim será um grande prazer vê-los mesmo que só uma vez mais.”
Após ouvir sua mãe falar dessa maneira, os Senhores Balarama e Krsna imediatamente invocaram a assistência de yogamaya partiram para o sistema planetário inferior, conhecido como Sutala. Anteriormente, em sua encarnação como Vanama, a Suprema Personalidade de Deus fora satisfeita pelo rei dos demônios, Bali Maharaja, que doou-lhe tudo que possuía. Bali Maharaja recebeu então todo o sistema Sutala para sua residência e reino. Agora, quando este grande devoto, Bali Maharaja, viu que o Senhor Balarama e Krsna tinham vindo a seu planeta, ele imediatamente mergulhou num oceano de felicidade. Assim que viu o Senhor Krsna e Balarama em sua presença, ele e todos os seus familiares prostraram-se aos pés de lótus do Senhor.
Depois que Bali Maharaja terminou de prestar todas as cerimônias e reverências à Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Krsna disse: “Meu querido rei dos demônios, no milênio do Svayambhuva Manu, o Prajapati conhecido como Marici, gerou seis filhos, todos semideuses, no ventre de sua esposa Urna. Certa vez, o Senhor Brahma sentiu-se cativado pela beleza de sua filha e a perseguiu, impelido pelo desejo sexual. Naquele momento, esses seis semideuses observaram a ação do Senhor Brahma com repugnância. Estacrítica à ação de Brahma pr parte dos semideuses constituiu-se em uma grande ofensa da parte deles, e por esta razão elesforam condenados a nascer como os netos do demônio Hiranyakasipu. Esse netos de Hiranyakasipu foram, depois disso, colocados no ventre de mãe Devaki, e assim nasceram e Kamsa os matou, um após outro.
Meu querido rei dos demônios, mãe Devaki está muito ansiosa por ver esses seis filhos mortos outra vez, e ela está muit aflita por causa de sua morte prematura nas mãos do cruel Kamsa. Eu sei que todos eles estão vivendo contigo. Decidi levá-los comigo para apaziguar minha mãe Devaki. Após verem minha mãe, essas seis almas condicionadas serão liberadas e, assim, com grande prazer serão transferidas a seu planeta original. Os nomes dessas seis almas são: Smara, Udgitha, Parisvanga, Patanga, Ksudrabhrt e Ghrni. Eles serão reinstalados em sua anterior posição como semideuses.”
Após Krsna parar de falar e Bali Maharaja entendendo o propósito de Krsna, ele adorou o Senhor reverentemente, e depois disso o Senhor Krsna e o Senhor Balaram aromaram as seis almas condicionadas e regressaram à cidade de Dvaraka, onde o Senhor Krsna as apresentou como bebezinhos diante de sua mão Devaki. Mãe Devaki encheu-se de alegria e ficou tão estática em seus sentimentos maternais que imediatamente o leite começou a fluir de seus seios, e ela pode alimentar os bebês com grande satisfação. Ela os colocava no colo repetidamente, cheirando suas cabeças e pensando: “Ele conseguiu meus filhos perdidos de volta!”.
Por algum tempo ela ficou dominada pela energia de Visnu e, com grande afeição materna, desfrutou da companhia de seus filhos perdidos. O leite dos seios de Devaki era néctar transcendental porque o mesmo leite havia sido sugado pelo Senhor Krsna. Sendo assim, os bebês que sugaram o seio de Devaki, o qual havia tocado o corpo de Krsna, imediatamente tornaram-se pessoas auto-realizadas. Os bebês, portanto, começaram a oferecer reverências ao Senhor Krsna e ao Senhor Balarama, a seu pai Vasudeva e à sua mãe Devaki. Depois disso. Eles foram imediatamente transferidos para seus respectivos planetas celestiais.
KRSNA MATA O PERVERSO KAMSA
Em uma competição preparada pelos reis Kamsa, Krsna e Balarama, ainda muito jovens, ganharam todas as lutas contra seus agressores. Depois de quebrar o arco do sacrifício, vencer os soldados de Kamsa, Krsna foi atacado por um elefante matando-o pegando o elefante pela tromba e jogando-o no chão, depois subiu no elefante, arrancou sua presa e com ela matou o elefante e os soldados que conduziam o elefante. Ao ver todos os seus cruéis lutadores mortos por Krsna e Balarama Kamsa foi dominado pela ansiedade.
Adornados com ornamentos e lindas roupas, os dois irmãos de braços poderosos resplandeciam com muito esplendor na arena. Eles dominavam a mente de todos os expectadores em sua refulgência. As pessoas diziam: “Estes dois rapazes com certeza são expansões do Supremo Senhor Narayana que descenceu a esse mundo no lar de Vasudeva.”
Enquanto as pessoas falavam essas coisas e os instrumentos musicais ressoavam, o lutador Canura dirigiu-se a Krsna e Balarama com as seguintes palavras: “Vós sois muito respeitados por homens corajosos e sois habilidosos na luta. Ao ouvir falar da vossa bravura, o rei decidiu chamar-vos aqui, querendo ver isso por si mesmo.”
Ao ouvir isso, Krsna, que gostava de lutar, acolheu bem o desafio respondendo com palavras apropriadas ao tempo e lugar. Krsna disse: Embora meros habitantes da floresta, somos também súditos do rei dos Bhojas. Devemos satistazer-lhe os desejos, pois esse é o comportamento correto. Somos apenas meninos e devemos brincar com quem tenha igual força. A competição de luta deve acontecer de maneira conveniente.”
Canura disse: “Não és em realidade um menino, nem um moço, e tampouco o é Balarama, o mais forte dos fortes. Afinal, mataste brincando um elefante que tinha a força de mil outros elefantes. Vos dois, portanto, deveis lutar com adversários poderosos. Decerto não há nada injusto nisso. Tu, ó descendente de Vrsni, podes mostrar tua bravura contra mim e Balarama pode lutar com Mustika.” Ouvindo isso Krsna resolveu aceitar o desafio.
Todas as mulheres presentes, considerando a competição um combate injusto entre fortes homens e dois adolescentes, sentiram extrema ansiedade. Elas se reuniram em grupos ao redor da arena e passaram a falar:”Como pode comparar esses dois lutadores profissionais, dotados de membros corpóreos tão fortes quanto relâmpagos e de corpos semelhantes a poderosas montanhas, e esses rapazinhos imaturos, cujos membros do corpo são tão delicados?”
Enquanto as mulheres falavam, o herói dos Bharatas, o Senhor Krsna, o mestre de todo o poder místico decidiu matar seu adversário. Os implacáveis golpes dos membros do Senhor Krsna caíam como esmagadores raios sobre Canura, quebrando cada parte de seu corpo e causando-lhe mais e mais dor e fadiga. O Senhor Balarama e Mustika, exibindo com destreza numerosas técnicas de luta, combatiam entre si da mesma forma como faziam o Senhor Krsna e seu adversário. Furioso, Canura atacou Krsna com a velocidade de um falcão e golpeou-lhe o peito com ambos os punhos. Não mais abalado pelos poderosos golpes de Canura do que um elefante atingido por uma girlanda de flores, o Senhor Krsna agarrou Canura pelos braços, girou-o no ar várias vezes e atirou-o ao chão com toda a força. Com as roupas, cabelo e guirlanda espalhados, o lutador Canura caiu morto como uma enorme coluna de festival a desmoronar. De forma semelhante, Mustika gopeou o Senhor Balarama com seu punho e foi morto, derrubado no chão tal qual uma árvore derrubada pelo vento.
Enfrentado em seguida pelo lutador Kuram o Senhor Balarama, o melhor dos lutadores, alegre e despreocupadamente matou-o com seu punho esquerdo. Então, Krsna, com as pontas dos pés, chutou a cabeça do lutador Sala e partiu-o ao meio. O Senhor fez o mesmo com Tosala, e ambos os lutadores caíram mortos. Vendo que Canura, Mustika, Sala e Tosala foram mortos, os demais lutadores fugiram para salvar suas vidas.
O rei dos Bhojas, vendo que seus melhores lutadores tinham sido mortos ou fugido, interrompeu a apresentação musical, cujo propósito era agradar-lhe, e disse: Expulsai da cidade os dois filhos de Vasudeva! Confiscai as propriedades dos vaqueiros e prendei esse tolo Nanda! Matai esse funestíssimo tolo Vasudeva! Exterminai também seu pai, Ugrassena, junto com seus seguidores!”
Enquanto Kamsa esbravejava, o infalível Senhor Krsna, intensamente irado, saltou com muita facilidade e rapidez sobre o elevado camarote real. Vemdo o Senhor Krsna aproximar-se como a morte personificada, o sagaz Kamsa levantou-se num instante de seu assento e empunhou sua espada e escudo. De espada na mão, Kamsa movia-se bem depressa de um lado para outro, tal qual um falcão no céu. Mas o Senhor Krsisna, cujo assustador poder é irresistível, agarrou com força o demônio pelos cabelos e derrubando-lhe a coroa, Krsna atirou-o do elevado camarote para a esteira da arena de luta e precipitou-se contra Kamsa.
Assim como o leão arrasta um elefante morto, o Senhor Krsna arrastou o cadáver de Kamsa pelo chão bem à vista de todos os presentes. Todo o povo gritou: “Oh! Oh!” Após consolar as senhoras da realiza, o Senhor Krsna providenciou a execução dos ritos fúnebres prescritos.
Em seguida, Krsna e Balarama foram libertar sua mãe Devaki e seu pai Vasudeva, que estavam no cativeiro!
BALARAMA ARRANCA HASTINAPURA DA TERRA
Este capítulo descreve como o Senhor Balarama arrasou a cidade de Hastinapura para garantir a libertação de seu povo.
Samba, o filho de Jambavati, raptou Laksmana, a filha de Duryodhana, durante sua assembléia. Em resposta, os Kauravas juntaram suas forças para prendê-lo. Depois de Samba, sozinho, os haver mantido à distância por algum tempo, seis guerreiros do grupo Kaurava privaram-no de sua quadriga, partiram seu arco em pedaços, agarraram-no e trouxeram-no junto com Laksmana de volta para Hastinapura.
Ao ouvir falar da prisão de Samba, o rei Ugrasena convocou os Yadavas para uma represália. Irados, eles se prepararam para lutar, mas o senhor Balarama apaziguou-os, com a esperança de evitar uma desavença dentre as dinastias Kuru e Yadu. O Senhor Balarama partiu para Hastinapura, junto com vários brahmanas e membros mais velhos da dinastia Yadava.
O Grupo dos Yadavas acampou num jardim nos arredores da cidade, e o Senhor Balarama enviou Uddhava para verificar o estado de espírito do rei Dhrtarastra. Quando Uddhava apareceu na corte Kaurava e anunciou a chegada do Senhor Balarama, os Kauravas adoraram Uddhava e foram ter com o Senhor Balarama, levando objetos auspiciosos para lhe oferecer. Os Kauravas honraram Balarama com rituais e objetos de adoração, mas quando este disse que Ugrasena exigiria que libertassem Samba, eles se zangaram e disseram: “É muito surpreendente que os Yadavas estejam tentando dar ordens aus Kauravas. É como o sapato tentando subir à cabeça de alguém. Fomos de nós apenas que os Yadavas obtiveram seus tronos reais, mas agora eles se julgam iguais a nós. Não mais lhes ofereceremos privilégios reais.”
Após dizerem isto, os membros da nobreza Kaurava entraram em sua cidade, e o senhor Balarama decidiu que a única maneira de lidar com aqueles, que estão enlouquecidos devido ao falso prestígio seria através do castigo bruto. Então ele empunhou seu arado e disse: “ Vede como estes Kurus presunçosos inebriaram-se com seu pretenso poder, exatamente como bêbados ordinários! Que verdadeiro governante, com poder de comando, toleraria suas palavras tolas e sórdidas? Hoje expulsarei da Terra os Kauravas!” O Senhor Balarama iradamente escavou Hastinapura com a ponta de seu arado e, com o intuito de lançar a cidade inteira no Ganges, começou a arrastá-la.
Ao verem sua cidade a balançar tal qual uma jangada no mar, enquanto era arrastada para longe, e prestes a cair do Ganges, os Kauravas ficaram aterrorizados. A fim de salvas suas vidas, eles aproximaram-se do Senhor Balarama em busca de abrigo, levando consigo suas famílias. Com as mãos postas em sinal de súplica, eles puseram à frente Samba e Laksmana e disseram: “Ó Rama, ó Rama, fundamento de tudo! Nada sabemos do teu poder. Pos favor, perdoa nossa ofensa, pois somos ignorantes e desorientados. Tu sozinho causas a criação, manutenção e aniquilação do cosmos, e não existe nenhuma causa anterior a ti. De fato, ó Senhor, as autoridades dizem que os mundos são meros brinquedos teus enquanto realizas teus passatempos.
Ó ilimitado Senhor de mil cabeças, como parte de teu passatempo carregas este globo terrestre sobre uma de tuas cabeças. Na época da aniquilação recolhes o Universo inteiro para dentro de teu corpo e, permanecendo só, repousas a fim de descansar. Tua ira destina-se a instruir a todos; não é uma manifestação de ódio ou inveja. Ó Senhor Supremo, tu sustentas o modo da bondade pura e ficas irado só para manter e proteger este mundo. Prostramo-nos diante de ti, ó alma de todos os seres, ó dirigente de todas as potências, ó incansável criador do Universo! Oferecendo-se reverência, abriga-nos em ti.”
Apaziguado assim pelos Kurus, cuja cidade estava estremecendo e que se rendiam a ele com grande aflição, o Senhor Balarama ficou muito calmo e bem disposto para com eles e disse: “Não temais.” E afastou-lhes todo o medo. Duryodhana, tendo muita afeição pela filha, deu-lhe como dote mil e duzentos elefantes, cento e vinte mil cavalos, seis mil quadrigas de ouro refulgente como o Sol e mil servas com medalhões de pedras preciosas no pescoço. O Senhor Supremo, o líder dos Yadavas, aceitou todos estes presentes e então partiu com seu filho e nora enquanto seus benquerentes davam adeus.
O Senhor Halayudha depois disso entrou em sua cidade (Dvaraka) e encontrou seus parentes, cujos corações estavam todos presos a ele em apego amoroso. No salão da assembléia relatou aos líderes Yadus tudo sobre seu intercâmbio com os Kurus.
Até hoje em dia a cidade de Hastinapura é visivelmente elevada no lado meridional, que fica ao longo do Ganges, mostrando assim os sinais da proeza do Senhor Balarama.
KALINDI SUPLICA A MISERICÓRDIA DO SENHOR BALARAMA
Certa vez o Senhor Balarama estava na companhia das gopis e se deleitava num jardim à margem do rio Yamuna. Este jardim era banhado pelos raios de lua cheia e acariciado por brisas com perfume de lótus que florescem à noite. Enviado pelo semideus Varuna, o divino licor varuni escorria da cavidade de uma árvore e tornava toda a floresta ainda mais fragrante com seu doce aroma.
O vento levou a Balarama o perfume daquele dilúvio de licor doce, e quando o cheirou, ele foi até a árvore. Lá ele e suas companheiras beberam o licor. Enquanto os Gandharvas cantavam suas glórias, o Senhor Balarama deleitava-se dentro do brilhante círculo de moças. Ele parecia o elefante de Indra, o majestoso Airavata, desfrutando na companhia de elefantas. Os Gandharvas lançavam chuvas de flores, e os grandes sábios louvaram os feitos heróicos do Senhor Balarama.
Enquanto cantavam suas façanhas, o Senhor Halayudha, acompanhado de suas namoradas, divagava como que inebriado entre as árvores da floresta, Seus olhos giravam devido aos efeitos do licor. Inebriado de alegria, o Senhor Balarama usava guirlandas de flores, incluindo a famosa Vaijayanti, e um único brinco. Gotas de suor semelhantes a flocos de neve enfeitavam-lhe o sorridente rosto de lótus.
O Senhor Balarama então convocou a água do Rio Yamuna a fim de poder brincar nela, mas o Yamuna ignorou sua ordem pensando que ele estivesse bêbado. Isto aborreceu Balarama, que por isso , se pôs a arrastar o rio Yamuna com a ponta de seu arado. O Senhor Balarama disse: “Ò pecadora, me desreipeitas, não vensnquando te chamo, senão que só te moves conforme teu próprio capricho. Portanto, com a ponta do meu arado eu te trarei aqui em cem córregos.”
Assim repreendida pelo Senhor Balarama, a assustada deusa Yamuna veio como uma expansão de srimad Kalindi, uma das rainha do Senhor em Dwaraka, e caiu aos pés de Sri Balarama, o amado descendente de Yadu. Tremendo, ela lhe disse: “Rama, Rama, ó pessoa de braços poderosos” Nada sei de tua bravura. Com uma única porção tua sustentas a Terra, ó senhor do Universo. Meu senhor, por favor, liberta-se. Ó alma do Universo, não compreendi a tua posição como Divindade suprema, ma agora me rendi a ti, e és sempre bondoso para com todas as pessoas.”
Logo em seguida o Senhor Balarama libertou o Yamuna e, tal qual o rei dos elefantes com seu séquito de elefantes, ele entrou na água do cio com suas companheiras. O Senhor brincou na água a seu pleno contento e, quando, saiu, a deusa Kalindi presenteou-o com roupas azuis, ornamentos preciosos e um brilhante colar; O Senhor Balarama vestiu-se com as roupas azuis e pôs o colar de ouro. Ungido com perfumes e enfeitado com belos adornos ele parecia tão resplandescente quanto o elefante real de Indra. Ainda hoje, pode-se ver como o Yamuna corre por muitos córregos criados pelo arado do ilimitadamente poderoso Senhor Balarama.
Assim, isto demonstra a proeza dele. Dessa maneira, para o Senhor Balarama todas as noites passaram-se como uma única noite enquanto ele se deleitava em Vraja, com sua mente fascinada com o encanto e beleza primorosos das jovens de Vraja.
ESTAÇÃO DAS CHUVAS E O OUTONO EM VRINDAVANA
Os vaqueiros mais velhos e suas esposas ficaram pasmados ao ouvirem a narração das proesas de Krsna e Balarama na floresta, então concluíram que eles deviam ser grandes semideuses que haviam aparecido em Vrindvana. Começou então a estação das chuvas, dando vida e sustento a todos os seres vivos. O céu ficou encoberto por densas nuvens azuis; retumbava com trovões, e relâmpagos reluziam no horizonte.
Dessa maneira, o céu e sua iluminação natural ficaram obscurecidos. Com seus raios, o Sol secara bebera durante oito meses a riqueza da terra sob a forma de água. Agora que havia chegado o momento apropriado, o Sol começou a liberar esta riqueza acumulada. Reluzindo com relâmpagos, grandes nuvens eram agitadas e varridas por ventos ferozes. A terra, que ficara emaciada devido ao calor do verão, voltou a nutrir-se completamente quando umedecida pelo deus da chuva. No crepúsculo vespertino durante a estação das chuvas, a escuridão permitia que os vagalumes brilhassem mas não as estrelas. As rãs, que tinham permanecido em silêncio o tempo todo, de repente começaram a coaxar ao ouvirem o ribombar das nuvens de chuva.
Com a chegada da estação das chuvas, os regatos insignificantes, que se haviam secado, começaram a avolumar-se e então desviaram de seus cursos próprios. A grama recém-crescida tornou a terra verde-esmeralda, os insetos indragopa acrescentaram um tom avermelhado, e cogumelos brancos para dar mais cor e círculos de sombra. Desse modo a terra parecia alguém que de repente se tornou rico. Com a riqueza sob a forma de cereais, os campos davam alegria aos fazendeiros, mas provocavam remorso nos corações daqueles que são muito orgulhosos para se dedicar à agricultura e que não conseguem entender que tudo está sob o controle do Supremo.
À medida que todas as criaturas aquáticas e terrestres tiravam proveito da água da chuva recém-caída, suas formas tornaram-se atraentes e agradáveis. Onde os rios se encontravam com o oceano, este ficava agitado com suas ondas açoitadas pelo vento. Durante a estação chuvosa as estradas, por não serem limpas, ficaram cobertas pela relva e detritos e por isso era difícil indentificá-las.
Quando o arco curvado de Indra, o arco-íris, apareceu no céu, que tinha a qualidade de som do trovão, ele era distindo dos arcos comuns, porque não repousava numa corda. Durante a estação da chuva a Lua foi impedida de aparecer diretamente devido à cobertura das nuvens, as quais eram iluminadas pelos raios da Lua. Os pavões festejaram e bradaram uma alegre saudação quando viram as nuvens chegando.
As árvores que haviam secado, depois de receber a água através de suas raízes, suas muitas folhas, flores e frutos apareceram. Os grous continuaram a habitar as margens dos lagos, mesmo com as margens agitadas durante a queda das chuvas. Quando Indra enviou suas chuvas, as águas da enchente romperam os diques de irrigação nos campos agrícolas. As nuvens, impelidas pelos ventos, derramaram sua água nectárea para o benefício de todos os seres vivos. Todas as flores de Lótus desabrocharam alegremente, exceto o kumut que floresce à noite.
Quando a floresta de Vrindavana ficava então resplandescente, cheia de tâmaras e jambos maduros, o Senhor Krsna, rodeado de suas vacas e amigos vaqueirinhos e acompanhado por Sri Balarama, entrava na floresta para se divertir. As vacas tinham de se mover devagar por causa de suas tetas pesadas de tanto leite, mas tão logo Krsna as chamava, elas corriam em sua direção. O Senhor observava as alegres meninas aborígenes da floresta, as árvores que gotejavam seiva doce e as cascatas das montanhas, cujo ressoar indicava haver cavernas nas redondezas.
Quando chovia, o Senhor Krsna às vezes entrava numa caverna ou na cavidade de uma árvore para brincar e comer raízes e frutas. Krsna fazia suas refeições de arroz cozido e iogurte, enviado de casa, em companhia do Senhor Sarikarsana (Balarama) e dos vaqueirinhos que costumavam comer com ele. Todos se sentaram sobre uma grande pedra perto da água. Krsna observava os touros, bezerros e vacas contentes deitados na relva verde a ruminar de olhos fechados e via que as vacas estavam cansadas por causa do fardo pesado do leite que carregavam em suas tetas.
Enquanto contemplava a beleza e opulência da estação chuvosa de Vrindavana, uma fonte perene de grande felicidade, o Senhor oferecia todo o respeito àquela estação, que se expandira de sua própria potência interna. O outono desanuviou o céu, deixou os animais saírem de seus currais apinhados, limpou a terra de sua cobertura lamacenta e purificou a contaminação da água. A Lua do outono aliviou todas as criaturas do sofrimento causado pelo excessivo calor dos raios de Sol. Pela influência do outono, todas as vacas, corças, mulheres e aves fêmeas ficaram férteis e eram seguidas por seus respectivos companheiros.
Com esse clima assim tão auspicioso da natureza, o Senhor Krsna, seu irmão Balarama e seus amigos vaqueirinhos cresciam alegremente e assim, o senhor desfrutava de seus passatempos de menino em Vrindavana.
KRSNA DERROTA O DEMÔNIO MADU
Como já é do conhecimento de todos nós, Krsna era um guerreiro muito poderoso e não havia oponentes à sua altura, pois ele é a Suprema personalidade de Deus com todas as sua opulências e força. Havia um demônio chamado de Madu que era um perverso rei que queria de qualquer maneira destruir o Grande Guerreiro Krsna.
Como Rsi Madu era um grande devoto do Senhor Shiva, ele fazia muitas austeridades e oferendas para agradar ao Senhor shiva. Um dia ele pediu uma graça para Siva e ele como sempre atende aos seus devotos dedicados.
O mau intensionado Rsi Madu então pediu que a graça desejada seria que, ao tocar em qualquer coisa esta se transformasse em cinzas - já pensando em derrotar todos os seus inimigos e, principalmente, o invensível Senhor Krsna.
Ao obter o poder de transformar tudo que tocasse em cinzas, Rsi Madu enviou um mensageiro insitando Krsna a duelar com ele, o que Krsna prontamente aceitou.
No momento da luta, Krsna com sua imensa esperteza, já sabendo das intensões de Madu pois ele sabe tudo por ser o onisciente Senhor, teve uma grande estratégia: Krsna disse a Madu na hora da luta que seu coração havia parado de bater, o que fez com que Madu colocasse a mão em seu próprio peito para averiguar e imediatamente transformou-se em cinzas.
Sendo este um dos mais interessantes e históricos passatempos do Senhor Krsna, que depois foi traduzido para outros povos com outros nomes de outras personalidades conforme sua cultura.
KRSNA ENGOLE O INCÊNDIO DA FLORESTA
Enquanto os vaqueirinhos estavam completamente absortos em suas brincadeiras, suas vacas se desgarraram para longe. Famintas e sem ninguém para cuidar delas, as vacas entraram em uma floresta. Passando de uma parte da grande floresta para outra, os bodes, vacas e búfalos acabaram entrando em uma área onde havia muitos bambus pontiagudos. O calor de um incêndio na floresta próxima deixou-os sedentos e eles começaram a berrar e mugir aflitos.
Não avistando suas vacas nos arredores, Krsna, Balarama e seus amigos vaqueirinhos de repente sentiram-se arrependidos por terem se descuidado de seus animais. Os meninos procuraram por toda a parte, mas não puderam descobrir aonde elas tinha ido. Os meninos então começaram a rastrear a trilha das vacas observando suas pegadas e as folhas de capim que elas tinham quebrado com seus cascos e dentes. Todos os vaqueirinhos estavam em grande ansiedade porque haviam perdido seu meio de vida. Dentro da floresta Munja os vaqueirinhos finalmente encontraram suas valiosas vacas. Então os meninos, sedentos e cansados, conduziram as vacas ao caminho de volta para casa.
Com uma voz que ressoava como uma nuvem trovejante, Krsna chamava os animais. Ouvindo o som de seus próprios nomes, as vacas ficavam exultantes e mugiam em resposta a Krsna. De súbnito, apareceu de todos os lados um grande incêndio na floresta, ameaçando destruír a todas as criaturas silvestres. Como um quadrigário, o vento levava o fogo adiante e terríveis labaredas irrompiam em todas as direções. O grande indêncio estendia suas línguas flamejantes para todas as direções, ameaçando a todas as criaturas móveis e imóveis.
Quando as vacas e os vaqueirinhos, de olhos arregalados, olharam para o incêndio que os atacava de todos os lados, eles ficaram muito assustados. Os meninos então aproximaram-se de Krsna e Balarama em busca de auxílio: “Ó Krsna! Ó poderosíssimo Krsna! Ó Balarama! Tu cujo poder jamais falha! Por favor, salvai-nos, pois estamos prestes a sermos queimados por este incêndio na floresta! Ajuda-nos, nós confiamos em vós!” Ouvindo essas palavras lastimosas de seus amiguinhos, Krsna disse-lhes: “Apenas fechai os olhos e não temais!” “Tudo bem”, responderam ao meninos, e imediatamente fecharam os olhos. Então o Senhor Supremo, abriu a boca e engoliu o terrível fogo, salvando seus amigos do perigo.
Os vaqueirinhos abriram os olhos e ficaram pasmados ao descobrir que eles e as vacas não só haviam se salvado do terrível incêndio, mas também tinham sido trazidos de volta à árvore Bhandira. Quando viram que tinham sido salvos pelo poder místico do Senhor, o qual se manifesta mediante sua potência interna, os vaqueirinhos começaram a pensar que Krsna devia ser um semideus.
Chegando o fim da tarde, e o Senhor Krsna, acompanhado por Balarama, levou as vacas de volta para casa. Tocando sua flauta de uma maneira especial, Krsna regressou à aldeia dos vaqueiros em companhia de seus amigos vaqueirinhos, que cantavam suas glórias. As jovens gopis sentiram o maior prazer ao ver Govinda, voltar para casa, pois para elas até mesmo um momento sem ver Krsna parecia uma centena de eras.
O EXTERMÍNIO DOS DEMÔNIOS ASNOS
Certa vez, alguns vaqueirinhos – Sridama, o amigo muito querido de Balarama e Krsna, junto com Subala e Stokakrsna e outros – falavam que perto dali havia uma floresta cheia de bosques e palmeiras. A terra de lá era plana, lisa e muito extensa. O solo era preto, densamente coberto de grama, sem pedras nem seixos. Na floresta Talavana muitas frutas caem das árvores, e muitas já estão no chão. Mas todas elas são guardadas pelo perverso Dhenukasura, um demônio poderosíssimo que assumiu a forma de um asno e estava rodeado de muitos amigos que assimiram forma semelhante e eram tão poderosos quanto ele. Dhenuka era um rsksasa que comia seres humanos vivos e por isso todos os homens e até mesmo os animais tinham pavor de ir à floresta Talavana. Até mesmo as aves temiam voar naquela região.
Mas os vaqueirinhos insistiram em ir pegas frutas na floresta Tala, atraídos pelo aroma, e diziam: “Quarido Balarama, nosso desejo de comer aquelas frutas é muito grande; vamos à floresta Tala!” Ouvindo essas palavras dos companheiros Balarama e Krsna riram e, para agradar os amiguinhos, partiram para Talavana rodeados pelos vaqueirinhos. O menino Balarama foi o primeiro a entrar na floresta e, ao chegar lá, começou a sacudir vigorosamente as árvores com a força de um elefante louco, fazendo as frutas caírem ao chão.
Ao ouvir o som das frutas caindo no chão, o raksasa Dhanyka precipitou-se ao ataque, fazendo a terra e as árvores tremerem. O poderoso demônio lançou-se em direção ao Senhor Balarama e, com os cascos e suas patas traseiras, golpeou o peito de Balarama. Em altos zurros Denuka, em seguida, passou a correr de um lado para outro. Com a parte traseira virada para o Senhor Balarama, o furioso asno aproximou-se novamente do Senhor Balarama. Então, zurrando de ira, Dhenuka lançou suas patas trazeiras contra ele.
O Senhor Balarama agarrou Dhenuka pelos cascos, girou-o no ar e com uma só não o arremessou no topo de uma palmeira. Esse violento movimento giratório matou o demônio asno. Então o Senhor Balarama lançou o cadáver de Dhenuka sobre a palmeira mais alta da floresta, e quando o demônio morto caiu no topo da árvore, esta começou a tremer. A grande palmeira, fazendo com que outra árvore ao seu lado também tremesse, partiu-se em virtude do peso do demônio asno. A árvore vizinha fez tremer outra árvore, e esta por sua vez atingiu mais outra árvore da floresta, que também começou a tremer, e assim sucessivamente todas as árvores da floresta tremeram e partiram-se.
O fato do Senhor Balarama ter matado o Raksasa Dhenukasura não é algo tão admirável, considerando-se que ele é também é ilimitada Personalidade de Deus, o controlador do Universo inteiro. Os outros demônios asnos ficaram enfurecidos e todos de imediato precipitaram-se em direção a Krisna e Balarama para atacá-los, porém, facilmente Krsna e Balarama agarraram os demônios asnos um após outro por suas patas traseiras e e lançaram-nos todos nos topos das palmeiras.
Coberta com pilhas de frutas e com os cadáveres dos demônios, que estavam enroscados nas palmeiras partidas da floresta , a terra parecia mas bela. De fato, a terra brilhava com o céu adornado de nuvens.
Ao ouvirem sobre o magnífico feito dos dois irmãos, os semideuses e outros seres elevados oravam e glorificaram-nos e lançaram chuvas de flores.
As pessoas agora sentiam-se livres para irem à floresta e, sem medo, comiam as frutas das palmeiras e da mesma forma as vacas também podiam partas à vontade naquela região.
Então os Senhores Krsna e Balarama voltaram para casa em Vraja. Ao longo do caminho, os vaqueirinhos, seus fiéis seguidores, cantavam suas glórias.
KRSNA DERROTA O DEMÔNIO BAKASURA
Quando Krsna e Balarama, ainda pequenos, e os vaqueirinhos de Vraja, cada um deles pegando seu próprio grupo de bezerros, levavam os animais para beber água em um reservatório. Depois que os bezerros beberam água, os meninos também beberam. Bem próximo ao reservatório, os meninos viram um corpo gigantesco, parecido com um pico de montanha partido e golpeado por um raio. Eles ficaram com medo só de ver esse enorme ser vivo.
Aquele enorme raksasa chamava-se Bakasura. Ele assumira o corpo de um pato cujo bico era muito afiado. Tendo chegado ali, ele imediatamente engoliu Krsna. Ao verem que Krsna fora devorado pelo pato gigantesco, Balarama e os outros meninos ficaram quase que inconscientes. Krsna, que era o pai do Senhor Brahma, mas agia como filho de um vaqueiro, tornou-se como o fogo, queimando o interior da garganta do demônio, e Bakasura imediatamente expeliu-o.
A o ver que Krsna, embora tendo sido engolido, não estava machucado, o demônio logo voltou a atacar Krsna com seu bico afiado. Quando Krsna viu que Bakasura, um raksasa enviado por Kamsa, procurava atacá-lo, com seus braços ele agarrou as duas metades do bico de Bakasura, e na presença de todos os vaqueirinhos, Krsna facilmente bifurcou-o, assim como uma criança parte uma folha de grama.
Pelo fato de ter matado o assustador raksasa, Krsna satisfez a todos os cidadãos dos céus. Naquele momento, os cidadãos celestiais, habitantes do sistema planetário superior, derramaram sobre Krsna, flores cultivadas em Nandana-kanana. Eles também congratularam-no, vibrando tímbares e búzios celestiais e oferecendo orações. Vendo isso, os vaqueirinhos ficaram admirados.
Assim, quando Krsna livrou-se desse perigo, todos os meninos, incluindo Balarama, pensaram que sua vida ressurgira. Eles abraçaram Krsna e então reuniram seus Bezerros e regressaram a Vrajabhumi, onde brados anunciaram o incidente.
AGASHURA TENTA ENGOLIR KRSNA
Quando Krsna e Balarama tinham cinco anos de idade, eles e os vaqueirinhos brincavam na floresta de Vraja, apareceu um grande demônio chamado Aghasura, cuja morte era aguardada até mesmo pelos semideuses. Os semideuses bebiam néctar todos os dias, mas ainda assim temiam esse grande demônio e esperavam vê-lo exterminado. Aghasura não tolerava ver o prazer transcendental que os vaqueirinhos desfrutavam na floresta em companhia do Senhor, encarnado como o menino Krsna. Agashura, que como quase todos os raksasas que atacaram Krsna, também havia sido enviado pelo perverso rei Kamsa, era irmão de Putana e Bakasura.
Portanto, quando ele veio e viu Krsna na frente de todos os vaqueirinhos, ele pensou: “Esse Krsna matou minha irmã e meu irmão, Putana e Bakasura, portanto para vingá-los eu mesmo matarei esse tal de Krsna, juntamente com todos os seus amigos vaqueirinhos. Se de alguma maneira eu conseguir fazer com que Krsna e seus amigos sirvam de última oferenda de Sésamo e água para as almas de meus irmãos então, os habitantes de Vrajabhumi, de quem esses meninos são a vida e alma, automaticamente morrerão. Se não há vida, pode-se dispensar o corpo; logo, quando seus filhos estiverem mortos, naturalmente os habitantes de Vraja não resistirão.” Após tomar essa decisão, o austucioso Aghasura assumiu a forma de uma enorme píton, da largura de uma grande montanha e medindo 13 quilômetros de comprimento.
Tendo assumido este enorme corpo de serpente, ele abriu sua boca como se esta fosse uma grande caverna nas montanhas, deitou-se na estrada e ficou esperando, pois queria engolir Krsna e seus associados, os vaqueirinhos. Seu lábio inferior repousava na superfície da terá e o seu lábio superior tocava as nuvens do céu. Os cantos de sua boca pareciam os lados de uma grande caverna na montanha, e a parte intermediária de sua boca era o mais escuro possível. Sua língua parecia uma larga estrada; sua respiração exalava como um vento morno e seus olhos abrasaram-se como fogo.
Ao verem este enorme demônio os meninos pensavam tratar-se de um belo cenário de Vrindavana. Depois imaginaram que aquilo parecia a boca de uma grande serpente. Eles não sentiram nenhum medo, pensaram que era uma estátua que, em forma de uma serpente fora feita para alegras seus passatempos de meninos. Os meninos disseram: “Queridos amiguinhos, será que essa criatura está morta ou ela está viva, com essa boca enorme aberta para engolir todos nós? Vamos conferir para ver do que se trata?” Finalmente chegaram à conclusão de que aquele animal estava ali para engolir a todos. Então os meninos olharam para Krsna,e, rindo alto e batendo palmas, entraram na boca da píton.
Krsna, ouvindo os comentários inocentes dos meninos, viu que eles não sabiam do que aquilo realmente se tratava. Mas Krsna sabendo do risco que eles corriam quis impedi-los de entrar para dentro da píton. Enquanto Krsna tentava descobrir um meio de impedi-los, todos os vaqueirinhoa entraram na boca de Aghasura. O demônio, entretanto, não os engoliu, pois estava pensando em seus próprios parentes mortos por Krsna e simplesmente esperava que Krsna entrasse. Krsna viu que todos os vaqueirinhos, que conheciam apenas ele como seu protetor, acabaram de suas vistas e estavam desamparados dentro da serpente, tal como palhas que entraram no fogo do abdômem de Aghasura, que era a morte personificada.
Para Krsna era intolerável separar-se de seu irmão e de seus amigos. Portanto, como se houvesse percebido que isto fora um ato de sua potência interna, Krsna momentaneamente ficou paralisado e não sabia o que fazer. Como ele poderia salvar os meninos e enfrentar a piton simultaneamente? Krsna, com sua potência ilimitada, decidiu agir. Ele então entrou na boca de Aghasura.
Quando Krsna entrou, os semideuses, escondidos atrás das nuvens, exclamaram: “Ai de nós! Ai de nós!” Ao ouvir o som que os semideuses emitiam atrás das nuvens, Krsna imediatamente avolumou-se dentro da garganta da serpente interrompendo sua respiração. Aghasura sufocou e como seu ar vitral não podia passar pelo único orifício grande que ele tinha que era sua garganta (que Krsna havia obstruído) , o seu ar vital explodiu através de um pequeno orifício que a serpente tinha na cabeça. Quando todo o ar vital do demônio passou por aquele orifício, Krsna lançou seu olhar para os bezerros e vaqueirinhos mortos ressuscitando-os imediatamente. Então, Mukunda, que pode dar liberação a todos, saiu da boca de Aghasura com todos os seus amiguinhos e bezerros.
Do corpo da gigantesca piton, surgiu uma refulgência brilhante, iluminando toda a terra, em todas as direções, e permaneceu individualmente no céu até que Krsna saísse da boca do cadáver da serpente. Então, sob o olhar de todos os semideuses, essa refulgência entrou no corpo de Krsna.
Em seguida, estando todos satisfeitos, os semideuses começaram a derramar flores, as Apsaras(dançarinas celestiais) começaram a dançar, os Gandharvas(cantores celestiais) ofereciam canções sob a forma de orações.
Os percussionistas começaram a bater seus tímbales e os brahmanas ofereceram hinos védicos e, tanto no céu quanto na terra, a harmonia foi restaurada e todos glorificaram ao Senhor.
KRSNA E BALARAMA PULAM DA MONTANHA PRAVARSANA
Quando Krsna e Balarama retornaram à Mathura encontraram a cidade sitiada pelo perverso rei Jarasandha. Quando o malvado rei soube que os príncipes Krsna e Balarama estavam na cidade foi em perseguição aos dois jovens Yadus com 23 exércitos.
Quando os estavam alcançando, Krsna e Balarama fingiram que ficaram com medo e subiram a montanha Pravarsana rapidamente. Embora soubesse que os dois Madhavas estavam escondidos na montanha, Jarasandha não encontrou nenhum sinal deles. Então ele mandou fazer inúmeras fogueiras para atear fogo por toda a montanha e ao redor desta.
Krsna e Balarama saltaram da montanha sem serem vistos por seu adversário e regressaram à sua cidade de Dvaraka, que tinha o oceano como fosso de proteção. Jarasandha pensou erroneamente que os dois irmãos haviam morrido queimados no incêndio, por isso retirou sua vasta força militar e regressou ao reino de Magadha.
KRSNA LIBERTA AS ÁRVORES YAMALA-ARJUNA
Nalakuvara e Manigriva eram dois grandes devotos de Shiva porém, devido à opulência material, eles se tornaram extravagantes e insensatos. Levavam uma vida de bebedeiras e orgias e esqueciam dos valores morais e espirituais que haviam recebido de seus pais e mestres. Um dia o sábio Narada Muni passava por perto onde Nalakuvara e Manigriva estavam se banhando nus em um lago em orgia com mulheres. Eles nem sequer respeitaram o sábio que ia passando e continuaram com suas atividades pecaminosas. Eles estavam tão enlouquecidos com sua riqueza e falso prestígio que, muito embora vissem Narada Muni ali presente, permaneceram nus e nem sequer sentiram vergonha. Haviam perdido o senso crítico e decoro.
Narada Muni os amaldiçoou dizendo que eles, na sua próxima encarnação haveriam de nascer como árvores. Nalakuvara e Manigriva se desculparam caindo de tão bêbados que estavam. Eles choravam muito, arrependidos e implorando Que Narada Muni os perdoasse. Narada Muni então falou que na verdade a maldição cairia como uma bênção pois eles nasceriam como árvores em Vrindavana e que seriam libertados por uma encarnação do senhor Visnu. Portando, Narada Muni estabeleceu um exemplo, amaldiçoando Nalakuvara e Managriva a se tornarem obtusos e inconscientes como árvores. Essa foi uma punição adequada.
Como Krsna é misericordioso, muito embora eles fossem punidos, foram afortunados para ver a Suprema Personalidade de Deus face a face. Logo, a punição dada pelo sábio Narada Muni não foi absolutamente uma punição; ao contrário, foi outra espécie de misericórdia. Com a maldição do devarsi, Nalakuvara e Manigriva tornaram-se as árvores gêmeas Yamala-Arjuna e permaneceram no quintalde mãe Yasoda esperando a oportunidade de veram Krsna diretamente. Após cem anos dos deva, Nalakuvara e Manigriva receberam de Krsna essa libertação, a antiga consciência deles foi revivida.
Como as árvores Yamala-Arjuna foram derrubadas:
Quando krsna era bebê, mãe Yasoda estava fazendo seus afazeres e o bebê Krsna, amarrado a um pilão por sua própria mãe (o castio que recebera por ter roubado manteiga), passou engatinhando correndo por entre as árvores - que levaram o nome de "as Árvores Arjuna" - e de tão forte que era o poderoso bebê Krsna = o Próprio Senhor Supremo - que as derrubou as duas árvores com suas raízes, libertando assim os espíritos dos dois brahmanes que ali estavam em seus corpos de árvores.
Todas as pessoas das redondezas vieram correndo para ver o que estava acontecendo pois haviam escutado o estrondo da pancada do pilão nos troncos das árvores. Para surpresa de todos, ali estavam os dois espíritos prestando reverências ao bebê Krsna. Então, após eles circungirarem Krsna, eles partiram para suas respectivas moradas.
KRSNA SE DEIXA AMARRAR POR SUA MÃE
Um certo dia Mãe Yasoda viu-se forçada a parar de amamentar Krsna para retirar uma leiteira do fogo porque o leite que estava fervendo se derramara no fogão. Krsna ficou muito aborrecido devido ao comportamento de sua mãe e planejou um meio de quebrar os potes de manteiga e iogurte. Ele pegou uma pedra e quebrou no pote onde se batia a manteiga, depois ficou comendo a manteiga.
Quando Mãe Yasoda retornou, após cuidar do leite que transbordara, viu o pote quebrado e pode entender que isso era obra de Krsna. Ao entrar no cômodo ela encontrou Krsna em pé sobre o ulukhala - um grande pilão para moer especiarias. Tendo virado o pilão de cabeça para baixo, ele estava roubando a manteiga que estava pendurada e estava distribuindo aos macacos. Logo que viu sua mãe, Krsna saiu correndo. Mãe Yasoda correu atrás dele.
Quando ela o alcançou o agarrou dizendo que se ele continuasse tendo esse comportamento ela o castigaria. Ela então pegou uma corda para amarrar Krsna, porém cada vez que chegava no momento de amarrar a corda, esta parecia que estava menor. Então ela pegava outra corda e amarrava à outra e tentava de novo, sem que conseguisse seu objetivo porque sempre a corda estava pequena.
Ela tentou por várias vezes emendando corda por corda e nunca chegava ao comprimento necessário para que pudesse amarrar... até que ficou muito cansada.. Krsna então, vendo sua mãe tão cansada se compadeceu dela e se deixou amarrar.
Então, dessa forma, Krsna demonstrou Sua Potência Ilimitada!